Meu entrevistado é o arquiteto e fotógrafo digital, Rodrigo Xavier da Silveira

Rodrigo Xavier da Silveira, um arquiteto e fotógrafo brasileiro de 44 anos, possui uma formação sólida em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP). Durante sua carreira, Rodrigo desenvolveu uma vasta experiência em projetos residenciais, destacando-se por sua criatividade e liberdade na execução de projetos autônomos. No museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo, Rodrigo auxiliou na curadoria de várias exposições. Ele achou fascinante o trabalho de seleção das obras e o cuidado com o projeto expositivo, desde a diagramação dos trabalhos até os textos informativos. Uma exposição particularmente memorável foi a retrospectiva da fotógrafa Claudia Andujar com a série das fotografias dos Yanomami. Além de sua carreira como arquiteto, Rodrigo tem se dedicado à fotografia e curadoria de conteúdo digital. Sua paixão pela arte e fotografia o levou a explorar novas formas de expressão visual. Ele gerencia o perfil @thesnooping no Instagram, onde cria curadoria de conteúdo visual, edita imagens e vídeos para campanhas digitais, e analisa métricas de engajamento para aprimorar seu alcance e impacto. Atualmente, Rodrigo está focado em expandir suas habilidades em novas ferramentas digitais e explorar as possibilidades ilimitadas que a tecnologia oferece para a arte, fotografia e curadoria de conteúdo. Seu objetivo é encontrar um modelo de negócio que estimule sua criatividade e permita a colaboração com outros profissionais, proporcionando uma troca de ideias enriquecedora.

Que experiência de trabalho relevante você pode compartilhar?

Olhando para trás, gostaria de compartilhar duas experiências profissionais que ampliaram meus horizontes. Primeiramente durante meu estágio no setor de fotografia do MIS SP, pude auxiliar na curadoria de algumas exposições no museu. Achei fascinante o trabalho de seleção das obras e do cuidado com o projeto expositivo, desde a diagramação dos trabalhos até os textos informativos. Uma exposição em especial ficou gravada na minha memória, uma retrospectiva da fotógrafa Cláudia Andujar com a série das fotografias dos Yanomami. E a serviço do MIS visitei algumas vezes o apartamento da artista no Edifício Pauliceia, na avenida paulista, para buscar negativos que seriam ampliados, eu adorei conhecer onde ela morava, o apartamento era repleto de plantas e artesanato indígena. Outro tipo de trabalho que também foi importante na minha formação, foi a criação de cenários para eventos e festas, a liberdade criativa que esses projetos permitiam era enorme. Nesses anos, a semana de moda de São Paulo movimentava a cidade, aconteciam muitas festas e eventos, e cada uma queria ser melhor que a outra. Foi marcante um evento que fizemos no Mube para 200 formadores de opinião brasileiros. Os convidados chegaram de manhã para assistir uma sessão de palestra e debate no auditório, seguido de um almoço onde usamos a área coberta pela grande laje que corta o museu. Com o apoio deuma estrutura efêmera transparente e muito paisagismo conseguimos criar uma atmosfera urban-jungle em total harmonia com o brutalismo da construção.

Que histórias pessoais você poderia compartilhar?

Aqui eu poderia contar sobre uma festa de casamento que projetei e que fiquei muito satisfeito com o resultado. A noiva tinhaum amigo que ofereceu a casa da família no Jardim Europa para a festa, era uma casa grande em estilo neoclássico na rua Groenlândia. O casamento seria para 250 pessoas, a grande maioria dos convidados eram os amigos do casal, gente jovem e domercado editorial pois o noivo possuía uma rede de livrarias em São Paulo. A ideia era que não fosse um casamento convencional, muito pelo contrário, de tradicional era só mesmo o estilo da casa. Usamos cores vibrantes e mobiliários contemporâneos que contrastavam com os elementos arquitetônicos da construção. Me lembro especialmente dos lustres que construímos sobre as mesas no jardim que era uma espécie de buquê invertido composto por centenas de bulbos de lâmpadasincandescentes, e dos aparadores para o bufê, onde usamos estruturas totalmente revestidas de folhas naturais, o efeito ficoubem bacana. A noiva ficou muito satisfeita com a festa e me chamou mais tarde para redecorar a casa deles.

Em que você tem trabalhado?

No momento estou criando ambientes virtuais para e-commerce em vários segmentos, de moda a alimentação. Estamos focados nos avanços tecnológicos de navegação digital como os óculos de realidade mista, eles permitem uma imersão virtual muito mais convincente, que pede outro apelo visual. Muitas dessas empresas estão operando ainda na bidimensionalidade, com páginas que rolam para cima e para baixo, mas com a evolução da internet essa interação tem que ser espacial.

Com quem você tem trabalhado?
Tenho feito parcerias com arquitetos e designers que utilizam software de modelagem 3D, e com pessoas de diferentes áreas que pesquisam novas formas de viver e de se relacionar. Também tenho colaborado com curadoria de imagem para uma ONG que dá visibilidade a jovens artistas e designers moradores de comunidades violentas na cidade do Rio de Janeiro.

Quais marcos você alcançou?
Sempre fui um profissional autônomo, zelando pela minha qualidade de vida. Trabalho num ritmo próprio, e as vezes de lugares remotos. Por isso acho que essa questão não se aplica a mim, entendo que esses marcos estariam mais ligados ao mundo corporativo. Correto?

Quais foram os seus destaques?
Considero que me destaquei quando marcas, clientes e empresas com quem trabalhei me chamam para seus lançamentos de produtos e atualizações. Esses convites me fazem sentir prestigiado pois demonstram que se importam com o meu modo de olhar e de pensar.

Quem você ajudou?
Jovens artistas, com a curadoria de suas primeiras exposições.
Artesãos, que ganharam visibilidade internacional.
E artistas digitais que puderam ter oportunidade de trabalhar e expressar sua visão.