Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que "viver é ruminar paisagens". Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro apresenta a primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira. Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que acontece até 2 de setembro de 2024, ocupa todo o primeiro andar do CCBB, oferecendo ao público um momento único para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário artístico nacional e internacional.
Nesta retrospectiva, sob a curadoria de Clarissa Diniz, os visitantes terão a oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária.
Com 140 obras, algumas delas nunca exibidas, divididas em cinco núcleos temáticos, os visitantes serão conduzidos por uma viagem visual que perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua carreira. A mostra destaca a centralidade da paisagem na prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas, refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, que produz obras como objetos, instalações, performances, além de shows e CDs.
Após o CCBB Rio de Janeiro, a exposição segue para o CCBB Brasília. O patrocínio é do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
"Para pintar, é preciso estar em pé no campo, pisando o capim com o olhar vago, fixo no horizonte, e triturar involuntariamente paisagens, sonhos e memórias." Luiz Zerbini
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