O Jantar para o Rei

Foi num cenário majestoso, o Palácio de Versalhes, que Emmanuel Macron recebeu os soberanos, Rei Charles III, sua Rainha Consorte Camilla e convidados em jantar por ocasião da visita do monarca à capital. Suntuoso e sofisticado cardápio que parecia descompassado com o cotidiano dos franceses. Um povo marcado por uma precariedade crescente. Mas, para o Rei Charles III, Emmanuel Macron não fez as coisas meia boca, rodeando-se de toda a elite de celebridades culturais, políticas, econômicas e desportivas francesas e britânicas. De Mick Jagger a Hugh Grant, passando por Patrick Vieira e Arnault, cerca de 150 convidados puderam provar o requintado menu do rei: Mouton Rothschild nos copos, lagosta azul, caranguejo, aves de Bresse e sobremesa de Pierre Hermé nos pratos. A realeza e a alta gastronomia se encontraram, com assinatura de três chefs de renome internacional que merecem toda referência, Anne Sophie Lepic, Yannick Alléno e Pierre Hermé, em colaboração com o mestre queijeiro Bernard Antony, igualmente elogiado, uniram-se para agrardar os paladares mais exigentes, celebrando a união de culturas e sabores no melhor da cozinha francesa contemporânea.  Um luxuoso jantar na simbólica Sala dos Espelhos de Versalhes que contrasta com a indigência da população na França. Uma soirée longe dos códigos da República. A escolha do local para organizar este jantar oficial não foi, de faco, trivial. Emmanuel Macron poderia ter recebido o Rei Carlos III no Élysée Palace, sua Residência Oficial, porém preferiu um local repleto de símbolos, o próprio templo da monarquia absoluta. Com sua postura, Emmanuel Macron fez brilhar a ideia do "monarca republicano"para seus súditos e para o país aliado. Este verdadeiro espetáculo reuniu muita história e glamour em total desconexão com a realidade, longe da empatia no que diz respeito à vida prosaica.

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