Estreou no teatro Glauce Rocha - Sala Murilo Miranda a peça teatral Memória - no Limiar do Juízo Final
A peça é um monólogo protagonizado pela atriz Mitzi Amado, que também é a responsável pela dramaturgia.
O texto narra um conjunto de histórias e dramas existenciais de uma mulher. Ela teme o envelhecimento, a doença, a morte, e sente culpa pelos erros do passado. Ela é múltipla, plural, atenta ao conjunto de possibilidades de escolhas que lhe são apresentadas numa sociedade que é machista, conservadora, e retrógrada. Ela interroga o presente, e é crítica. Ela lança para o alto o regulamento que estabelece as regras padronizadas para o comportamento feminino em sociedade. Ela quer liberdade para assim se empoderar, se fortalecer, para visualizar um futuro mais digno e promissor.
O texto é questionador, crítico e reflexivo, é a voz de uma mulher que narra as relações com a sua mãe, com a sua filha e com seu ex-marido, bem como com fatos e pessoas pretéritas que marcaram a sua trajetória. Ela traz a tona suas memórias individuais, familiares, e coletivas, a partir de uma seleção, pois a memória tem um caráter seletivo. Ao resgatá-las, ela nos traz suas alegrias e felicidades, mas também dores e sofrimentos.
A atriz apresenta uma boa atuação interpretativa e movimentação, apresenta um bom domínio do texto e do palco. Contudo, como fala de memória, e toda memória tem uma forte carga subjetiva e emocional, no nosso ponto de vista sentimos falta de associar a boa técnica interpretativa a emoção. Nos pareceu pouco sensível, tensa em alguns momentos, com pouco calor emocional. Faltou uma comoção mais intensa. E técnica e emoção numa atuação tem que caminhar juntas.
A boa direção de Delson Antunes deixa a atriz a vontade no palco, livre, se movimentando, mexendo no seu baú, sentando nas cadeiras, e fazendo movimentos corporais, quando deixa o oral e passa para o gestual.
A cenografia criada por José Dias é simples, funcional, e adequada, tem a marca de um "craque" da cenografia. Ela é constituída por duas cadeiras, e um pequeno baú, de onde a atriz retira fotografias, frasco de vidro, folhas de papel, e agenda. É o seu "baú de memórias".
Ao fundo, uma tela projeta imagens de fotografias e vídeos, bem como poemas, que ajudam na narrativa do monólogo.
O figurino é simples e facilita a movimentação da atriz. Ela veste um vestido longo com degradée de cores do cinza claro ao escuro. E por cima usa uma blusa de manga comprida cinza claro.
A iluminação criada por Aurélio de Simoni é correta. Há momentos que variam entre uma luz branca intensa, e momentos de escuridão.
A trilha sonora de Raphael Piquet é agradável e caracteriza-se por apresentar diversos ritmos musicais de diferentes períodos, bem como sons de instrumentos musicais.
Memória - no Limiar do Juízo Final é um monólogo que apresenta um texto reflexivo e questionador; uma atriz que apresenta uma boa atuação; e uma boa direção.
Boa produção cênica!
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