O Amor de Kitri e Basílio

A Companhia Ballet da Escola Maria Olenewa do TMRJ apresentou o ballet Dom Quixote, em um prólogo e três atos. Música de Ludwig Minkus. Libreto de Marius Petipa, baseado no romance de Miguel de Cervantes. A direção geral é de Hélio Bejani.

A montagem emocionante, bonita, e excitante, não foi acompanhada por orquestra. A música tocada foi gravada.

O espetáculo apresenta uma produção feita com carinho, uma história apaixonante, diversidade de danças, e pas-de-deus de se tirar o chapéu.

A solução bem resolvida é da própria Companhia, pela dupla Hélio Bejani e Jorge Teixeira assinando concepção, remontagem, adaptação e mise-en-scéne.

O casal de noivos Kitri e Basilio na apresentação de 28.10.2024, sábado, foi Cicero Gomes e Marcella Borges. Os dois são bailarinos do TMRJ, e formados pela Escola Maria Olenewa. Que belo casal! Defenderam com garra, e uniram técnica e interpretação, dança e emoção. Eles emprestaram todo o seu talento para dançar junto com os alunos da Escola, instituição que também os formou.

Dom Quixote é o nome dado ao ballet. Contudo, ele não é o personagem protagonista do espetáculo. Kitri e Basílio são os protagonistas, o jovem casal que vive um conjunto de apuros até conseguirem ficar juntos e fazer triunfar o amor.

O primeiro ato apresenta uma festa no vilarejo, onde diversas danças típicas espanholas são apresentadas. Os personagens da trama são apresentados nesse momento.

O segundo ato tem um caráter mais lúdico, com os ciganos e os moinhos de vento que levam Dom  Quixote ao delírio. Imperam danças mais acadêmicas, ao contrário do primeiro ato, quando as típicas predominaram.

E o terceiro ato é o momento do casamento de Kitri e Basílio. O casal fez uma apresentação perfeita no pas-de-deux, mostrando talento, habilidade e competência.

Os figurinos criados por Tania Agra são bonitos, e de extremo bom gosto. Ganham destaque os figurinos dos toureiros, e dos ciganos.

A cenografia criada por Pará Produções, Glauco Bernardi, e Manoel Puoci é bonita, arrojada e criativa.

No primeiro ato vemos uma grande praça bem iluminada.

No segundo vemos o moinho de vento, e uma iluminação mais escura.

A iluminação criada por Paulo Ornellas é bonita, de qualidade, e realça as apresentações dos bailarinos.

São espetáculos como esse que mantém a tradição das apresentações da Companhia, confirmam a competência da dupla Bejani e Teixeira, e nos deixam repletos de esperança para novos ares de renovação que estão por vir. Os alunos se apresentaram com garra e esmero, unindo interpretação e emoção. E o público agradece infinitamente.