Dó, Ré, Mi...

É uma super produção, com sofisticados figurinos, cenários, e iluminação. A direção é de Charles Möeller. E, a versão Brasileira e a supervisão Musical são de Claudio Botelho. A produção é da Aventura e da Möeller&Botelho.

O musical foi criado a partir do livro de memórias de Maria Augusta Trapp (‘The Trapp Family Singers’), e se passa num contexto em que a Áustria no ano de 1938 está ameaçada pela ascensão do nazismo. 

Narra a história de Maria, a aspirante a freira que, sem vocação, e por se rebelar contra as regras e normas do convento, acaba por ser convidada pelas próprias noviças, a ir trabalhar como preceptora dos sete filhos do capitão Georg von Trapp, viúvo. 

Maria, ao chegar a residência do capitão, transforma a rotina daquela família, com muito amor, levando a música para dentro daquele lar. Todos por ela se apaixonam, inclusive o capitão, dando início a uma paixão.

A atriz Malu Rodrigues faz uma Maria que é luz na vida da família von Trapp. Primeiro, ela conquista os sete filhos do capitão, interpretado por Pierre Baitelli.

Ele como militar impunha uma educação rígida e militarizada aos filhos, ensinando-os inclusive a marchar e prestar continência. Por sua vez, Maria ensinará os pequenos a cantar. Ela introduz a música naquela residência. E, eles passarão a viver cantando, felizes, alegres, e descontraídos.

A seguir, Maria conquista os empregados da residência, e todos passam a viver em paz e harmonia. Ela é uma pessoa boa e verdadeira.

Pierre Baitelli faz um capitão von Trapp sério, rígido, duro, carinhoso e atencioso com os seus filhos, mas que terá o seu coração adoçado pelo afago e afeto de Maria. Esta traz a paz e a felicidade para dentro da mansão, conquistando os filhos do capitão.

Larissa Manoela faz Liesl, filha mais velha do capitão, que, inicialmente implica com Maria, e, num segundo momento, a abraça e incorpora, e junto com ela canta Dó, Ré, Mi...

Liesl faz par com Rolf interpretado por Eduardo Borelli. Um casal jovem e apaixonado. Ele dará uma ajuda crucial a família von Trapp, quando os nazistas estavam perseguindo o capitão, e Rolf os avistou na fronteira, e deixou prosseguir. Ufa!

Os demais integrantes do  elenco complementam e mantem o alto nível de atuação daqueles que já foram comentados. Cantam, dançam e interpretam muito bem.

O elenco também apresenta uma boa movimentação, e bonitas e bem elaboradas coreografias criadas por Dalal Achcar.

O elenco é acompanhado por uma orquestra, com regência do maestro Marcelo Castro. Os atores interpretam ao vivo versões em português de The Sound of Music, Do-Re-Mi, My Favorite Things, e So Long, Farewell. As músicas são bem cantadas e interpretadas pelos atores, e estão em sintonia e ajustados com a orquestra. A dinâmica entre o elenco e a orquestra funciona bem.

A direção é de Charles Moeller que dirige com precisão o espetáculo, deixando assim a marca de uma técnica perfeita. Mas também insere a emoção.

O musical é sonhador, poético, sensível, e exala comoção. E o elenco tem essa dupla marca, da técnica perfeita associada com a emoção.

Os figurinos criados por Karen Brusttolin são bonitos, de um bom gosto fora do comum, e adequados.

A cenografia criada por  Nicolás Boni é sofisticada, e requintada. Ha um telão de 112 (cento e doze metros quadrados) de LED que exibe projeções bem realistas de paisagens, e complementa a cenografia propriamente dita.  O público tem a impressão de estar assistindo a um filme, numa associação entre cinema e teatro.

A iluminação criada por Paulo Cesar Medeiros é bonita, adequada, e sofisticada com efeitos especiais.

Noviça Rebelde é um mega espetáculo, com uma super produção; apresenta um elenco forte e talentoso; e cenários e figurinos de bom gosto, criativos e de alta qualidade.