O azulejo, quando alcança a função muito maior que revestir: por Alexandre Bianco, arquiteto, proprietário da “BIANCO ARQUITETURA & design”.
Poderia dizer, numa apresentação poética, que os azulejos são quadradinhos vitrificados, que se juntam, tomam a força de um revestimento capaz de impermeabilizar superfícies e ainda espelham sutilmente as formas em movimento à sua frente.
Mas esses quadradinhos, de inspiração nos mosaicos, vêm ganhando outros formatos ao longo da história: tiveram encaixes especiais, insertes, recortes, foram coloridos, pintados, ganharam estampas e se transformaram até em painéis artísticos, assinados.
De origem egípcia, os azulejos foram levados pelos árabes à Península Ibérica, e começaram a ser usados no Brasil no século XVII, principalmente em edificações religiosas, - uma herança à nossa ancestralidade portuguesa; - sendo aplicados em pisos, paredes e até como revestimento de tetos em igrejas e casas particulares.
Da policromia original para a expressão branco e azul, com inspiração nas louças do oriente, os azulejos foram ricamente explorados nas igrejas barrocas em todo o Brasil, e foram nitidamente reinventados no movimento modernista.
Numa análise particular, observo com muita admiração a sua utilização na arquitetura brasileira modernista: um grande destaque.
Segundo alguns autores, Le Corbusier, em visita ao Rio de Janeiro em 1936, ficou encantado com a azulejaria barroca da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, e trouxe à tona a reutilização da azulejaria na arquitetura, numa reedição à frente do movimento modernista brasileiro.
Le Corbusier sugeriu então a Lucio Costa e Oscar Niemeyer, a utilização de azulejos no projeto do prédio destinado ao Ministério da Cultura; o emblemático “Palácio Gustavo Capanema”, no Rio de Janeiro, em memória à representação do revestimento na cultura nacional.
Desde então, foi bastante comum observarmos o destaque no uso de painéis de azulejos nas edificações modernistas brasileiras, expressando verdadeiras obras de artes, assinadas por Portinari, Athos Bulcão, Burle Marx, Djanira e Paulo Rossi-Osir, entre outros; criando uma nova linguagem para a utilização da arte em azulejaria no Brasil.
Muitos foram os caminhos para a escolha da cor azul, como preferência na representação da azulejaria modernista: foi definida pela objetividade técnica, por alcançar as temperaturas ideais para as suas fornadas; além de representar a fase monocromática de artistas, em referência à nossa memória cultural.
A azulejaria ganhou então o espaço externo, cada vez mais integrada ao paisagismo, e ricamente explorada nos painéis de Roberto Burle Max.
Me fascina esses quadradinhos diagramados, na exatidão da sua modulação, sem cortes, sem retoques, modulando painéis, determinando a geometrização de espaços, como referência a tudo que o modernismo trouxa à nossa razão pela busca do espaço equilibrado, bem pensado pela razão, mas sem abrir mão da emoção.
Afinal, o que seria da arquitetura, se não fosse a emoção que ela nos causa?
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